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Smart Contracts: desafios e oportunidades
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Os smart contracts — ou contratos inteligentes — estão ganhando destaque por oferecerem uma maneira mais eficiente, segura e automatizada de formalizar e executar contratos.

Smart contracts são programas de computador que funcionam como contratos digitais autoexecutáveis, ou seja, que executam automaticamente cláusulas e ações, previamente definidas, sem depender da atuação humana ou de intermediários.

Eles funcionam dentro da tecnologia chamada blockchain, que permite que regras sejam criadas e controladas pelos próprios usuários, sem ajuda de uma empresa ou governo.

Como funciona na prática?
Pense em um contrato com a seguinte lógica:
"Se o pagamento for recebido até o dia 10, então liberar acesso ao serviço."

Em vez de depender de uma cobrança manual, do envio de e-mails ou até da judicialização, o Smart Contract faz isso sozinho e de forma automática. Tudo é codificado e registrado na blockchain, sem margem para manipulação por terceiros.

Essa tecnologia já está sendo aplicada em diversas áreas, como: 

a) Financeiro – Execução automática de pagamentos e investimentos;
b) Seguros – Liberação de indenizações sem burocracia;
c) Supply Chain – Monitoramento e validação de entregas em tempo real;
d) Propriedade Intelectual – Gestão automatizada de direitos autorais e royalties.

Apesar de inovadores, os smart contracts ainda não tem uma regulamentação específica no Brasil, trazendo desafios para as empresas e para o próprio Judiciário. 

Nesse sentido, diversos pontos críticos ainda carecem de definição, como:

  • Segurança jurídica: de que forma assegurar a validade legal de contratos que se executam automaticamente?

  • Responsabilidade por falhas: em caso de erro no código, alguma falha na tecnologia, quem será responsabilizado?

  • Interpretação judicial: como o Judiciário interpretará contratos baseados em linguagem de programação?

  • Conformidade legal: de que maneira esses contratos se alinham à Lei Geral de Proteção de Dados?

A falta de normas específicas contribui para um cenário de incertezas, que pode inibir a adoção ampla dessa tecnologia. Embora alguns países já contem com orientações normativas sobre o tema, o Brasil ainda precisa evoluir na construção de um marco legal que acompanhe essas inovações.

O mais importante é entender que os smart contracts não substituem o contrato tradicional, mas, sim, oferecem uma alternativa mais inovadora para as relações contratuais.
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